3.9.16


L'inconnue


Não: toda a palavra é a mais. Sossega!
Deixa, da tua voz, só o silêncio anterior!
Como um mar vago a uma praia deserta, chega
              Ao meu coração a dor.

Que dor? Não sei. Quem sabe saber o que sente?
Nem um gesto. Sobreviva apenas ao que tem que morrer
O luar, e a hora, e o vago perfume indolente
              E as palavras por dizer.

                                ***

No: toda palabra está de más. ¡Cálmate!
¡Deja, de tu voz, sólo el silencio anterior!
Como un mar vago a una playa desierta, llega
              a mi corazón el dolor.

¿Qué dolor? No sé. ¿Quién sabe saber lo que siente?
Ni un gesto. Sobreviva sólo al que tiene que morir
el claro de luna, y la hora, y el vago perfume indolente
             y las palabras por decir.


· Fernando Pessoa.

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